sexta-feira, 9 de março de 2012

EBX, de Eike Batista, investe R$ 2,3 mi em Mata Atlântica do Rio


Extraído de: Brasil Econômico  - 28 de Julho de 2011

Projeto visa criação de corredor ecológico de 400 mil hectares no norte fluminense, para recompor a floresta onde se encontram os muriquis, candidatos a mascote da Olimpíada.

Depois de anos lutando solitariamente pela conservação dos muriquis (os maiores macacos das Américas), sobreviventes nos fragmentos de mata dos parques estaduais do Desengano e dos Três Picos, a veterinária Paula Breves, ganhou dois apoios de peso.

O grupo EBX, de Eike Batista, se comprometeu a investir R$ 2,3 milhões na implantação do Corredor Ecológico do Muriqui, um megaprojeto de restauração da Mata Atlântica no norte fluminense. E o muriqui passou a ser um forte candidato a mascote dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio.

"Cansei de procurar empresários para fazer algo pela espécie", relembra a veterinária, que também é presidente da ONG Eco Atlântica. "Ninguém me dava atenção." Foi quando ela teve a ideia de transformar o muriqui em mascote da Olimpíada e ganhou a simpatia do chefe do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, Alcides Pissinati, que a ajudou a levar o projeto adiante.

No meio do caminho, eles tomaram conhecimento da ideia do corredor ecológico da EBX, cujo objetivo é justamente recompor a mata nativa que servia de hábitat para o animal.

Além do porto

A EBX, que está construindo o Porto do Açu, no distrito industrial de São João da Barra, desejava patrocinar uma ação emblemática ligada à biodiversidade, além das medidas de compensação que teria que realizar obrigatoriamente para obter as licenças ambientais do projeto. "Queríamos ajudar na recuperação de uma área grande no Estado do Rio", disse Paulo Monteiro, diretor de sustentabilidade do Grupo EBX.

A Secretaria do Meio Ambiente do Rio também estava atrás de apoio para ampliar a área protegida da Mata Atlântica do norte fluminense. Hoje, o que resta da vegetação se concentra na crista da Serra dos Órgãos, salva pelo difícil acesso, do desmatamento presente em parte das 5 mil propriedades rurais dos dez municípios da região. Escondido nesses fragmentos de mata, subsistem os muriquis.

Com a conexão de florestas, por meio do corredor patrocinado pela EBX, o fluxo genético de animais e plantas cresce, aumentando as chances de preservação do primata e de diversas outras espécies, como o macaco-bugio, a onça-parda, o tamanduá-de-colete e a jaguatirica. A prática dos corredores é velha conhecida dos ambientalistas para recompor o que resta da Mata Atlântica.

E o norte fluminense guarda os mais elevados índices de biodiversidade do bioma, sendo a sua preservação considerada, por esta razão, prioridade máxima.

O projeto de reflorestamento, apresentado oficialmente esta semana no Rio, visa recuperar uma área de 400 mil hectares, que serão acrescentados aos 858,7 mil hectares remanescentes de Mata Atlântica do Estado, por meio de uma parceria com o Instituto BioAtlântica (Ibio) e a empresa Brasil Florestas, que fará a recomposição da vegetação.

Segundo a diretora do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, "a ideia é utilizar os incentivos já existentes, como o pagamento por serviços ambientais, e disponibilizar apoio técnico e financeiro para que os proprietários rurais se sintam motivados a manter uma boa porção de suas propriedades intactas".

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